Juiz de Fora amplia políticas públicas para população em situação de rua
- turbuck
- 20 de jun.
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Diante do crescimento da população em situação de rua nos últimos anos, Juiz de Fora tem reforçado suas políticas públicas com ações que vão além do assistencialismo. A prefeitura vem implementando programas integrados de acolhimento, qualificação profissional, cuidado com a saúde mental e reinserção social, buscando oferecer dignidade e caminhos reais para a reconstrução da vida dessas pessoas.

Atualmente, a cidade conta com seis unidades de acolhimento provisório, além de um Centro POP que funciona como porta de entrada para os serviços socioassistenciais. No local, pessoas em situação de rua têm acesso a banho, alimentação, lavanderia, atendimentos psicossociais e encaminhamento para a rede de saúde, habitação e emprego. A unidade funciona todos os dias da semana, inclusive nos fins de semana e feriados.
Segundo a Secretaria de Assistência Social, o foco tem sido trabalhar em rede, integrando os serviços com o SUS e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). “A rua é o fim de um processo de exclusão. Para tirar alguém dela, precisamos reconstruir vínculos, oferecer escuta qualificada e oportunidades reais”, explica a coordenadora do programa, Renata Menezes.
Uma das novidades é o programa “JF de Volta pra Casa”, que atua com equipes multidisciplinares nas ruas da cidade, fazendo abordagens humanizadas e oferecendo vagas em programas de moradia assistida. Em 2024, mais de 80 pessoas foram encaminhadas para abrigos permanentes, com acompanhamento contínuo de psicólogos e assistentes sociais.
Histórias como a de Gilmar, de 47 anos, mostram o impacto da política. Depois de cinco anos em situação de rua, ele hoje trabalha como auxiliar de serviços gerais em uma empresa parceira do programa. “Eu achava que não tinha mais saída. Mas alguém me ouviu, acreditou. Hoje tenho onde dormir, trabalho e até voltei a falar com minha filha”, conta emocionado.
Paralelamente, o município tem investido em capacitação. Oficinas de panificação, jardinagem, artesanato e informática são oferecidas em parceria com o Senac e entidades do terceiro setor. Parte dos produtos é comercializada em feiras solidárias, gerando renda e valorização da autonomia das pessoas atendidas.
Juiz de Fora também criou o Comitê Intersetorial de Políticas para a População em Situação de Rua, que reúne diferentes secretarias, defensores públicos, organizações da sociedade civil e representantes dos próprios usuários — um espaço de construção coletiva e vigilância cidadã.
Com empatia, estrutura e visão de longo prazo, Juiz de Fora mostra que é possível enfrentar a desigualdade com humanidade — e que ninguém deve ser invisível quando se trata de políticas públicas.





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