Juiz de Fora impulsiona cultura periférica com editais, festivais e protagonismo jovem
- turbuck
- 22 de jun.
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A cultura periférica tem ganhado cada vez mais voz em Juiz de Fora. Por meio de editais públicos, festivais descentralizados e incentivo direto a coletivos e artistas independentes, o município tem promovido uma verdadeira democratização do acesso à arte e da produção cultural, especialmente nas regiões mais afastadas do centro.

O destaque vai para o programa “JF Cria”, criado em 2023, que já destinou recursos a mais de 120 iniciativas culturais das periferias. Foram contemplados projetos de hip-hop, dança de rua, teatro comunitário, audiovisual, graffiti, capoeira e literatura marginal, além de ações voltadas para cultura negra, LGBTQIA+ e quilombola.
Os eventos promovidos por esses coletivos têm movimentado bairros como Benfica, Santa Cândida, Grama e Nova Era, com batalhas de rima, festivais de slam, cineclubes e oficinas para crianças e adolescentes. A ocupação de praças e centros culturais regionais com programações gratuitas virou marca da cidade.
Um dos eventos mais potentes foi o “Perifa Vive Festival”, realizado em 2024, que reuniu mais de 3 mil pessoas em dois dias de apresentações, feiras de empreendedores locais e rodas de conversa. O evento foi organizado por jovens do coletivo Voz das Quebradas, com apoio da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa).
A grafiteira Carla Nogueira, 23 anos, afirma que essa nova fase deu visibilidade real à arte de rua. “Antes a gente pintava escondido, hoje somos chamados pra decorar muros de escolas, postos de saúde e até eventos oficiais. A cidade começou a enxergar nosso valor”, diz.
Para garantir a continuidade dessas ações, a Prefeitura reformulou os critérios de seleção de editais, ampliando pontuação para projetos de territórios periféricos e oferecendo capacitação para escrita de propostas. Além disso, foram criados pontos fixos de apoio à produção cultural nas regionais, com estúdios, salas de ensaio e bibliotecas comunitárias.
Com sensibilidade social e olhar descentralizado, Juiz de Fora abre espaço para que as periferias não apenas participem da vida cultural da cidade, mas também a liderem — do alto-falante à caneta, do spray à câmera, das bordas ao centro.





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