Montes Claros amplia acesso à saúde mental com Centros de Atenção Psicossocial e ações comunitárias

Montes Claros tem avançado de forma significativa no cuidado com a saúde mental da população, transformando um tema que durante muito tempo foi invisibilizado em uma prioridade da rede pública municipal. Com a expansão dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), campanhas educativas e ações itinerantes nos bairros, o município está quebrando estigmas e oferecendo acolhimento profissional e humanizado a quem mais precisa.

A cidade conta atualmente com quatro unidades de CAPS, distribuídas estrategicamente para atender diferentes públicos: adultos, crianças, usuários de álcool e outras drogas, e casos de transtornos severos. As equipes são formadas por psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, enfermeiros e terapeutas ocupacionais, que trabalham com o conceito de cuidado em liberdade, evitando internações desnecessárias e promovendo a reinserção social dos pacientes.

 Para ampliar o acesso, a Prefeitura também implantou serviços itinerantes que percorrem comunidades rurais e bairros periféricos com alta vulnerabilidade social. As ações incluem rodas de conversa, escuta qualificada, encaminhamento para tratamento e suporte às famílias. “Levar saúde mental para perto das pessoas é uma forma de prevenir sofrimentos mais graves e valorizar cada vida”, afirma a coordenadora de Saúde Mental do município, Clara Figueiredo.

 Uma das iniciativas mais bem-sucedidas é o projeto “Bem Viver”, que reúne pacientes em atividades como oficinas de arte, música, jardinagem e teatro. Além de promover o autocuidado e o convívio social, o projeto ajuda a combater o preconceito e reforça a importância da empatia. Para a usuária Ana Luiza, diagnosticada com depressão há quatro anos, o CAPS significou um novo começo. “Aqui eu sou ouvida, respeitada, e recuperei minha vontade de viver”, conta.

 Montes Claros também desenvolve campanhas de conscientização nas escolas e nos meios de comunicação, com foco na identificação precoce de sinais de sofrimento psíquico entre jovens. O diálogo entre a saúde e a educação tem sido essencial para acolher alunos e professores diante dos desafios emocionais enfrentados nos últimos anos.

 Ao tratar a saúde mental como parte integrante da cidadania e da dignidade humana, Montes Claros mostra que investir em cuidado, escuta e acolhimento é essencial para o bem-estar coletivo e para o futuro da cidade.