Poços de Caldas valoriza agricultura urbana com hortas comunitárias e produção sustentável
- turbuck
- 20 de jun.
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Poços de Caldas tem dado um novo significado à relação entre cidade e campo. Por meio de um programa municipal de agricultura urbana, moradores de bairros diversos passaram a cultivar alimentos em hortas coletivas, transformando terrenos ociosos em espaços verdes, produtivos e comunitários. A iniciativa alia segurança alimentar, educação ambiental e geração de renda local.

Atualmente, mais de 25 hortas comunitárias estão ativas no município, envolvendo diretamente mais de 300 famílias. Os cultivos incluem alface, couve, cheiro-verde, tomate, cenoura, ervas medicinais e até frutas como morango e mamão. Parte da produção é utilizada pelos próprios moradores, enquanto o excedente é comercializado em feiras e mercados de bairro.
No bairro São José, a horta “Raízes da Terra” ocupa um antigo terreno baldio e virou ponto de encontro entre vizinhos. Além de plantar, os participantes realizam oficinas de compostagem, rodas de conversa sobre alimentação saudável e eventos abertos à comunidade. “Aqui não é só plantar. É conviver, ensinar, aprender e cuidar juntos”, diz a agricultora urbana Dona Marlene, de 62 anos.
O projeto é coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente em parceria com a Agricultura e a Assistência Social. A prefeitura fornece adubo orgânico, ferramentas, mudas e acompanhamento técnico com agrônomos e educadores ambientais. Há também incentivo à compostagem doméstica e ao reaproveitamento de resíduos alimentares.
Para as escolas da rede municipal, as hortas também viraram laboratório de educação ambiental. Os estudantes aprendem na prática conceitos como biodiversidade, ciclo da água, importância do solo e responsabilidade coletiva. As hortas escolares abastecem as próprias merendas e envolvem professores, alunos e famílias.
Segundo a engenheira agrônoma Carolina Dias, uma das técnicas do programa, o impacto vai além do prato. “A horta recupera autoestima, cria vínculo com a terra, gera autonomia. Já tivemos casos de pessoas em tratamento de saúde mental que se reergueram com esse trabalho coletivo”, relata.
A prefeitura anunciou que, em 2025, lançará o primeiro edital de incentivo financeiro para associações que gerenciam hortas urbanas, com foco em empreendimentos liderados por mulheres, idosos e jovens em situação de vulnerabilidade. Também está em estudo a criação de um mercado público exclusivo para produtos agroecológicos.
Poços de Caldas mostra que semear, neste caso, é também construir pertencimento — e que mesmo em solo urbano, é possível colher alimento, afeto e transformação.





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