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Unaí registra luto oficial após morte de Antério Mânica, um dos mandantes da Chacina de Unaí

  • Foto do escritor: turbuck
    turbuck
  • 18 de jun.
  • 2 min de leitura

Na última semana, Unaí foi tomada pela comoção com a notícia da morte de Antério Mânica, um dos condenados pelo crime que ficou conhecido como Chacina de Unaí, ocorrido em janeiro de 2004, que vitimou quatro auditores fiscais do Ministério do Trabalho. A prefeitura decretou luto oficial e acolheu a população em cerimônias de reflexão sobre um episódio que ainda repercute na memória coletiva da cidade.


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Mânica, ex-prefeito de Unaí, havia sido condenado em maio de 2022 pela Justiça Federal a 64 anos de prisão como mandante do crime, em julgamento realizado em Belo Horizonte. Apesar de mudanças judiciais, a sentença foi mantida e cumprida, e ele estava detido desde então. O óbito foi registrado no hospital de Brasília, conforme divulgou a imprensa.


A repercussão em Unaí foi imediata. A prefeitura divulgou nota oficial expressando pesar e informando o início do luto, que deve durar três dias, com suspensão de atividades culturais e institucionais. Centros comunitários, sindicatos e escolas planejam também momentos de silêncio em homenagem às vítimas da tragédia de 2004.

A Chacina de Unaí marcou a história da cidade e do Brasil. Em 28 de janeiro de 2004, os auditores fiscais Nelson Silva, João Batista Lage, Eratóstenes Gonçalves e o motorista Ailton Oliveira foram assassinados durante uma fiscalização em áreas rurais próximas a fazendas de grãos da região. O crime desencadeou uma série de investigações sobre trabalho análogo à escravidão e exploração agrícola na região.


Além da dor pela morte do ex-prefeito, o evento reacendeu debates sobre justiça e memória. Familiares das vítimas convocam atos em réplica ao de 2004, reforçando o compromisso com a lembrança e o direito à reparação histórica. Um dos filhos das vítimas declarou que “este luto não é pelo passado, mas pela retomada da nossa procura por verdade”.

A Câmara Municipal instaurou ainda um grupo de trabalho para analisar propostas como a criação de memorial permanente, instalação de placa informativa na praça central e inclusão da história nos currículos das escolas do município. O movimento busca garantir que a tragédia e seus desdobramentos não caiam no esquecimento.


Com a morte de Mânica, Unaí vive um momento de dor, reflexão e mobilização por justiça. O decreto de luto é um gesto simbólico, mas pode ser um ponto de partida para reconstruir a memória coletiva e fortalecer a cultura de respeito aos direitos humanos.

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